11 agosto, 2013

Exatos quarenta minutos para completar vinte e quatro horas sem você. Mil quatrocentos e quarenta minutos nos separam e a sua ausência lateja como a pior das ressacas em 21 primaveras. Oitenta e seis mil e quatrocentos segundos sem ouvir sua voz, sem fazer uma só graça a respeito de um sotaque roubado, sem fingir que presto atenção em mil coisas que está dizendo, enquanto mergulho em algum tipo de admiração que me bate quando começo a te olhar e entender que muito daquilo que pode ser admirado em alguém, está à minha frente. Por mera sorte,eu diria. A partir do momento em que ouvi os primeiros acordes de 'this is the last time' vindo de um despertador ingrato, que insistia em nos separar, às 6 da manhã de um domingo, eu soube onde estava me metendo. Foi ali que a consciência de estar alimentando um sentimento novo, por alguém que demonstrava ser suficientemente confiável e que se encaixava maravilhosamente nas minhas exigências mais supérfluas, surgiu. Não direi como,não direi quando.Só direi que me ganhou.

05 março, 2013

no dia em que você foi embora,as batidas do relógio denunciavam o longo período de lágrimas que eu estava percorrendo, sem sequer conseguir desviar a atenção do espaço vazio, ainda com o seu cheiro e sua forma,na cama. no dia em que você foi embora eu não adocei o café, assim como não comprei cigarros mentolados, porque você gostava do filtro vermelho. Escutei musicas que me lembravam você, repetidas vezes, pontuando sempre os motivos pelos quais eu não deveria deixar meu corpo se aproximar do seu novamente - e conseguindo uma lista enorme com isso. No dia em que você foi embora eu já sabia que voltaria. E continuo esperando.

03 janeiro, 2013

Sobre aquilo que eu quero

Eu não quero amor de repente. Eu não quero carinhos sublimes e passageiros. Eu não quero um caso. E também não quero menos que isso.Eu não quero uma companhia íntima temporária.Também não quero te conhecer muito, para doer menos,mas não vou te alertar sobre isso. Eu não quero sentir seu abraço outra vez, e não quero pensar nele como algo enrijecedor ao espírito.Eu não quero conhecer o seu cheiro, entre o pescoço e o ombro. Eu não quero acordar com o som da sua voz, também não quero dormir com o seu silêncio.Talvez ainda, não queira deitar em seu peito e confessar algumas coisas sem olhar nos olhos. Absolutamente, não te daria meu último cigarro do maço e meu último beijo do dia, muito menos o primeiro sorriso do dia. Eu não quero que leia isso com a convicção de ser um alerta a todas as pré-promessas feitas por nós, secretamente.

27 dezembro, 2012

Sentia falta do timbre da sua voz, e da sua pele na minha.Do seu cheiro, entre o pescoço e o ombro. Do seu abraço e da sensação de segurança que ele me proporciona. Dos teus dedos entre os meus, e daquela forma que só você me chama. Da maneira que se veste, que ri, e sorri. Dos teus dentes perfeitos. Dos teus olhos pequenos. Das tuas marcas na pele. Da forma que se aconchega em mim, e eu em você. Sentia falta de sempre esperar uma atitude, ainda que sem maldade alguma, a falta dela fosse uma definição perfeita de você.
O problema é que depois você fica achando que eu posso ser o depósito de toda e qualquer emoção ou reação sua. No entanto, eu fico aqui me remoendo de ódio, enquanto você age tranquilamente, de forma que o que passou, o que me fez, não aparenta te atingir. O seu cinismo é tangível, contrariado pela inocência que o teu semblante revela. Pueril, afetado e bem vestido. Esse é você.

22 setembro, 2012

E descontar em seus corpos as marcas que me deixavam na alma.
Como quando qualquer memória, daquelas mais doces,batem, passei o dia com um sorriso bobo estampado.Depois de uma noite dessas mais dolorosas, que nos arrancam as cascas de feridas há pouco sangrantes.O tipo de noite que remoe o espírito, envelhece a carne. Passou com o tic-tac do relógio rastejante ecoando em meus ouvidos surdos, arranhando os tímpanos e coração. Tive notícias tuas.Me dizendo qualquer coisa como fique-longe-não-estou-preparado. Mas ainda sim, com um quê de felicidade nas entrelinhas.Eu vi teu sorriso estampado nas palavras. Eu vi sua lágrima rolar na lembrança, saudade. E eu aqui, festejando cada falecido plano nosso. Cada brincadeira íntima e cada riso que termina em lamentação.